sábado, 12 de maio de 2012

Loucura e poesia


O que sou eu? Sabe como agem os super-heróis? Eles lutam, se sacrificam, sofrem, são feitos de bobos, mas super-heróis existem? Sim eles existem, sou prova viva disso, não que eu possua algum super poder, não, não tenho nada de super em mim – apesar de que seria mais fácil se eu possuísse algum – nenhuma super velocidade ou super força, não sei voar e nem tenho laser saindo dos olhos, ainda assim eu tento salvar os seus dias, sei que quase sempre falho em termos de presença, sei lá às vezes gostaria de poder estar mais perto – poder rachar a terra e puxa-la feito um tapete diminuindo a distancia entre a gente – perdoe-me por isso, essa falha de um homem que não é um super-herói, nem mesmo é super.

Sabe como age um príncipe? Ele é educado, valente, às vezes arrogante, exagerado e imprudente, mas este é o dos contos de fadas, encantado, encantadores, filhos de reis, possuidores de espadas magicas e escudos impenetráveis – você não acredita mais em contos não é mesmo? – Estou aqui mais uma vez, prova viva do que já dito, não tenho espada, tenho apenas essa caneta que escreve minha imaginação, que a te se presta a escrever, não possuo uma gota de magia em mim e o meu único encanto não canta, apenas existe, meu único encanto é aquela a quem escrevo, que me inebria, me entorpece e me fascina ao ponto de fazer brotar poesia e nobreza no coração de um reles plebeu, eu.

E os anjos, você sabe? Eles protegem, eles estão sempre “lá” – não importa onde – te escutando e melhor te ouvindo, te acalmando e cantando para você dormir, – neles você acredita não é? – se sou prova viva? Não, desses apenas ouvir falar, já comparado a um, mas será mesmo!? Não, não sei nem mais quem sou, houve um tempo em que eu quis ser apenas “Eu” sem tantas responsabilidades – porém seria eu mesmo se me tornasse tão diferente do que costumo ser?

E “Eu”? Ser humano, falho, fraco, mortal e vulnerável, e munido de uma incrível capacidade de ser aquilo de mais preciso, costumava ser o seu anjo, estava sempre “lá” e ser o seu porto seguro, me acostumei a ser também o teu príncipe encantado, te escrever poesias e enfrentar o mundo por você, mas me enchi de ser o herói de brinquedo e sem poderes de super, porém também cansei de ser apenas homem, lucido, pequeno, tolo, homem, já não sei quem sou, sem você, nem anjo, nem príncipe e nem mesmo herói, hoje sou então uma sombra, sombra de um homem velho e louco que um dia acreditou que palavras vazias eram poesia e que por tanto sofrer e odiar as palavras se imaginou um poeta, poeta louco – poeta louco de amor – fantasiando poesia.