O que resta ao fim de uma
desilusão? A alguns resta as lagrimas, a outros boas lembranças, há também os
rancorosos e os a quem não resta nada, mas a mim? O que resta a mim?
Resta exatamente um pouco de
cada, um muito de nada, um nó na garganta que se desfaz num buraco no peito,
numa dor desforme, quente como um rio de lava e gelado como só a solidão sabe
ser, mas acima de tudo o que me resta – talvez como consolo, talvez não – é a
maldita Inspiração, essa meretriz que em minha primaveras me ignora e me persegue
nos meus invernos internos infernos eternos de minh’alma, e então como se
farejasse o doce aroma de minhas lagrimas, ela chega sutil como sempre, seu
abraço é forte e arrebatador, envolvente, gostoso, não sei te resistir, estou
de novo entregue a te nessa loucura de escrever, a emoção que se na tentativa
de por em verso e prosa a complexa dor no meu peito, e a maldita prostituta já
cobra o seu preço. Então às leve Inspiração, tome-as para si, leve-as para
longe, beba de minhas lagrimas e sare minh’alma dos danos deixados pelo amor.
Porque por fim, de tudo que me
resta ao fim, única coisa que realmente me resta é uma vadia de vulgo
Inspiração.
6 meses sem escrever e quando escrevo sai isso, que triste viu :(
Nenhum comentário:
Postar um comentário