domingo, 19 de maio de 2013

Inspiração


O que resta ao fim de uma desilusão? A alguns resta as lagrimas, a outros boas lembranças, há também os rancorosos e os a quem não resta nada, mas a mim? O que resta a mim?

Resta exatamente um pouco de cada, um muito de nada, um nó na garganta que se desfaz num buraco no peito, numa dor desforme, quente como um rio de lava e gelado como só a solidão sabe ser, mas acima de tudo o que me resta – talvez como consolo, talvez não – é a maldita Inspiração, essa meretriz que em minha primaveras me ignora e me persegue nos meus invernos internos infernos eternos de minh’alma, e então como se farejasse o doce aroma de minhas lagrimas, ela chega sutil como sempre, seu abraço é forte e arrebatador, envolvente, gostoso, não sei te resistir, estou de novo entregue a te nessa loucura de escrever, a emoção que se na tentativa de por em verso e prosa a complexa dor no meu peito, e a maldita prostituta já cobra o seu preço. Então às leve Inspiração, tome-as para si, leve-as para longe, beba de minhas lagrimas e sare minh’alma dos danos deixados pelo amor.

Porque por fim, de tudo que me resta ao fim, única coisa que realmente me resta é uma vadia de vulgo Inspiração. 



6 meses sem escrever e quando escrevo sai isso, que triste viu :(

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